segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O novo papel do Pai

Temos observado uma série de mudanças na nossa sociedade. Uma das mais marcantes é a forma como os homens agem na posição de pais. O que há algumas décadas seria estranho e talvez até considerado ridículo, é cada vez mais aceite. Hoje em dia, ninguém questiona a masculinidade de um homem que troca fraldas, dá de mamar e leva o bebé a passear. Pelo contrário, essas atitudes são encorajadas pelas mulheres em geral, pelos media e até desejadas pelos homens.

O actual perfil da figura paterna, desenhado nas últimas décadas, não lembra em nada aquele modelo autoritário e ausente do passado. Ainda bem!
Até aos anos 60, a sociedade era patriarcal, ou seja, o homem ocupava aposição de “provedor do lar”: era ele quem trabalhava para sustentar a família e quem tomava todas as decisões importantes. Já a mulher era encarregue dos cuidados com a casa e com os seus filhos, sendo esta considerada uma função inferior. Em geral, os homens não demonstravam os seus sentimentos em relação aos filhos, pois isso era sinal de fragilidade. Eles acabavam por se tornar muito ausentes, e a sua participação na educação dos filhos limitava-se apenas a dar ordens e a impor disciplina.
Hoje em dia, felizmente, essa realidade mudou. O homem percebeu que criar vínculos afectivos fortes com os seus filhos é extremamente positivo, não só para as crianças como para eles mesmos. Essa mudança deve-se, entre outros factores, à redefinição do papel do homem e da mulher em todos os sectores da sociedade, que teve início a partir da luta feminina por direitos iguais aos dos homens e da entrada da mulher no mercado de trabalho.
Os pais de hoje choram no dia do parto dos seus filhos, ajudam a mudar as fraldas, contam histórias, brincam, participam na escolha da escola e emocionam-se com cada pequena conquista das crianças. E fazem isso sem nenhum constrangimento, sem achar que estão a perder a sua masculinidade. É claro que muitos homens ainda mantêm alguma distância dos filhos, principalmente os que foram criados num ambiente machista, mas isso já não é regra geral, mas sim a excepção.
Participação e afecto fazem parte de uma educação saudável. Esta postura paterna terá um grande impacto nas gerações futuras e os futuros adultos poderão ter um prazer compartilhado na educação das crianças, desenvolvendo um respeito mútuo.

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