domingo, 25 de novembro de 2007

Alcoolismo


O alcoolismo é uma doença física. O alcoólico sofre de uma péssima alimentação e má nutrição; deficiência em vitaminas, dispepsia, hepatopatia, desidratação. Apresenta além disso sintomas nervosos diversos; tremuras, cefaleias, alteração da memória.
O alcoolismo é também uma doença psíquica: o alcoólico tem necessidade de ingerir álcool para aceitar a realidade, tem tendência a fugir às responsabilidades, sofre de angústia, é agressivo, resiste mal às frustrações e às tensões e, nele, o nível de consciência, enquanto racionalidade, tende a baixar, levando-o a uma conduta impulsiva.
Para além disto, o alcoolismo pode ser visto como uma doença social: o alcoólico apresenta níveis elevados de negligência perante a família, há divórcios numerosos e frequentes perdas de emprego entre os alcoólicos, há a perda dos velhos amigos que continuam sóbrios, há os problemas financeiros e o recurso às organizações sociais e ainda a agressividade perante a sociedade.
O alcoolismo pode também ser visto como uma doença moral: o alcoólico esquece normalmente a sua vida espiritual, não respeita as suas obrigações perante a família, os colegas de trabalho, a sociedade e, normalmente, perde todo o senso moral.
Consequências: o consumo excessivo e prolongado do álcool provoca os seguintes efeitos sobre o organismo humano:
· Acção sobre o tubo digestivo e o estômago: as mucosas do tubo digestivo e estômago ficam em contacto directo com o álcool, o que pode provocar inflamações e úlceras. O álcool ingerido em concentrações elevadas pode inibir a transformação dos alimentos.
· Acção sobre o fígado: o fígado fica igualmente em contacto directo com o álcool, visto que é neste órgão que começa a sua transformação. A acção nociva do álcool produz a "cirrose alcoólica" no decurso da qual as células do fígado vão desaparecendo progressivamente.
· Acção sobre o sistema nervoso central: o álcool perturba o funcionamento normal do sistema nervoso central. A sua acção é a de um anestésico. Esta depressão gradual das actividades nervosas, devida ao álcool, atinge os centros nervosos pela ordem inversa da sua evolução, quer dizer, começando pelos centros que comandam a capacidade de ajuizar, a atenção, a autocrítica, o autodomínio, a locomoção, para terminar naqueles de que depende a vida orgânica.
· Tratamento: Se o alcoólico é um doente, é necessário persuadi-lo de que a sua doença se pode tratar. Deve evitar-se, portanto, considerá-lo como um viciado ou um fraco de espírito. As repreensões, o ridículo, os sermões, as atitudes protectoras, só fazem com que ele continue a beber. Há, sobretudo, que ajudá-lo a eliminar ou minimizar as causas que o levaram a encontrar refúgio na bebida. Existem várias instituições onde as pessoas com problemas de alcoolismo podem encontrar ajuda médica ou psicológica específica, e outras em que podem desfrutar de convívios ou reuniões de entre-ajuda (Alcoólicos Anónimos).

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